quinta-feira, julho 09, 2009

:: O que esmorece padece de morte



:: O que esmorece padece de morte
poema de Nunalves da Silva

Todas as coisas parecem esmorecer.
Ainda que muita a vigência
a seu tempo
padece e morre.

Esmorece o cuidado das minhas plantas
padecem no aquário peixes inocentes.
Morre a minha vontade.

Esmorece o equilibrio das portas
as paredes húmidas padecem frias.
Morre o meu contributo.

Livros que esmorecem na prateleira
padecem intocáveis as revistas semanais.
Morre o meu afinco.

A compostura esmorece embriagada
as limpezas padecem felizes.
Morre o meu aprumo.

Parentes esmorecem ao longe
Caídos padecem os ombros.
Morre a estima.

Esmorece a pincelada
Padece a minha crença.
Morre o interesse.

Esmorece o interesse
padece o equilíbrio.
Morre a sensatez.

Esmorece coração.
Padece corpo.
Morri.
Só.

2 comentários:

Maria Antonieta disse...

Se o alterego morreu, quem renasceu por vez dele? ;)

Alter Ego Vitae disse...

Ainda está a renascer. É um "bicho" muito diferente.
O que o Alterego criou consigo esmoreceu, padeceu de morte.

As coincidências são estonteantes:
Nasceu através de um nome "J" e morre da mesma forma.
Décima letra do alfabeto - 10 - representa um ciclo.
Nasceu em 1997 e 10 anos após (2007) nasce o 1.º filho. Alterego passa a nomear-se como Alterego Vitae - significando "vida".
Afirma-se públicamente em 1999. 10 anos após (2009) deixa de publicar.
13 anos de existência - 1997 - 2009. (O numero do azar "do caraças") 3 anos de crescimento e 10 de desenvolvimento.

Blá blá blá

Teorias? coincidências? ou o destino?
Pouco me importa...
Estou mais interessado no que aí vem.
Parece-me algo definitivo.