Esquarteja-me as entranhas e dá-mas a comer.
Arranca-me os membros, braços e pernas. Obriga-me a mastigá-los.
Estragula a sua irmã sem preconceitos... Tenho de a ingerir de forma voraz.
Os olhos e tudo no meu rosto são-me desmenbrados. O grito é sufocado pela minha boca cheia dos mesmos.
Enfia-me os dedos na garganta para inroduzir um ou outro bocado que ficou colado à porta.
Não tenho dores como quase não me sobra corpo. Tudo já foi consumido.
Resta-me a boca badujada das minhas visceras.
Entre um respiro e uma coisa ainda a ingerir, pergunto: - "O que é que se passa?!..."
Ela, descontrolada, esmaga-me os lábios num só murro.
Esta minha mão direita assassina que não se contenta com um lápis ou um pincel num suporte qualquer, tem o desejo voraz da minha morte precoce, na consumição da minha alma e na ruina de qualquer coisa que eu não sei bem o quê... talvez, da felicidade.
Como nada a contenta, infelizmente, repete isto todos os dias.
domingo, março 11, 2007
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1 comentário:
O teu ser, o teu sentir, aqui muito de quando em quando... quando lhe apetece desamarrar do corpo porque tão pouco não lhe chega...
Obrigado por teres aparecido lá no Técnico!
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